A verdadeira luta das mulheres

Já sabemos o quanto as mulheres lutaram e lutam por uma sociedade mais justa, com igualdade de gêneros. E não é diferente para nós mulheres que praticamos qualquer arte marcial. Talvez nossa luta por direitos iguais seja ainda maior, já que ainda estamos inseridas em meios que, inegavelmente, há a predominância masculina. No Jiu-Jitsu, a presença feminina tem aumentado fortemente, mas ainda assim, sofremos muito para manter o pequeno espaço que já conquistamos no mundo das lutas. Falo em pequeno espaço porque, além de sermos minoria, ainda representamos, para muitos, uma fragilidade que nos impede de ir além.

Lembro que, quando iniciei minha trajetória no Jiu-Jitsu há quase quatro anos, eu queria esconder minha “fragilidade” de ser mulher, para que todos pudessem me respeitar como eu gostaria. Na época, havia apenas três mulheres treinando, entre elas a minha irmã, mas todas com pouca frequência de treino. Já eu, treinava mais de uma vez por dia e sempre com homens, e por isso me desafiava a cada treino para ser melhor do que havia sido no treino anterior, e queria mostrar para todos e para mim mesma que era digna de estar ali no tatame.

Houve muitas situações em que me senti diminuída de alguma maneira, quando por exemplo, alguém fazia eu me sentir “café com leite” por ser mulher e aquilo me incomodava muito, mas me motivava ainda mais a melhorar e mostrar que eu era capaz. Por isso sempre dei o melhor de mim e sei que tudo que vivi me ajudou a evoluir mais rápido e a conquistar o tão esperado respeito de todos, ou da maioria. Hoje sou muito mais forte (espiritualmente e fisicamente) do que imaginava ser um dia. Mas sei o quanto sofri para alcançar cada objetivo, quantas lágrimas derramei depois de um treino, por achar que seria impossível ser mulher e ser lutadora. Sei quanto preconceito tive que vencer para permanecer treinando e quantas vezes tive que levantar depois de quedas feias, mas a cada queda que tomo, me levanto mais forte e acima de tudo, mais preparada para defender nossos direitos de igualdade. Hoje, reconheço minhas fragilidades e também as minhas fraquezas, mas não tento escondê-las, porque sei que as tenho não por ser mulher, mas por ser humana.

Então pensando bem, será que somos mesmo tão frágeis? Nós somos resistentes a qualquer força que se oponha aos nossos objetivos e somos capazes de suportar e superar tudo aquilo que afronte a nossa vontade de vencer. Nós buscamos e encontramos em nós mesmas o poder necessário para lutarmos contra uma sociedade que nos alicerça ao homem e fazemos tudo isso com a delicadeza que só nós mulheres temos. Só sabemos o quão fortes nós somos, se formos nós mesmas. Então lutemos por igualdade, ou até melhor: FIGHT LIKE A GIRL!.

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