As artes marciais acompanham o homem há milhares de anos. Desde o princípio até a atualidade, além dos golpes e técnicas, há muita filosofia e ensinamentos. Durante esse período, os guerreiros e samurais deram espaço aos atletas modernos que utilizam as técnicas para ganhar campeonatos, tornando isso inclusive uma profissão. Mas e a bagagem que um atleta marcial deve ter, onde se encaixa?
O Grão-mestre Hélio Gracie disse que o jiu jitsu brasileiro foi criado para dar chance aos mais fracos de enfrentarem os pesados e fortes. Refletindo sobre a arte, percebemos que, além de bem sucedido, ela ultrapassou esses limites de força.
Imagine que, nas academias de artes marciais, a hierarquia e princípios não existam. Onde cada um faz o que quer, da forma que acha certo, se enfrentam sem medidas e não têm nenhum tipo de orientação, sem um professor e sem distinção de faixa. Acredito que, se fosse assim, nada do que conhecemos hoje como arte marcial seria do mesmo jeito.
O jiu jitsu hoje oferece não só a chance do mais fraco se defender, mas de ter o seu espaço e respeito. Atualmente, temos pessoas de todas as idades no tatames: crianças, jovens, homens, mulheres e idosos que tornam a nossa arte cada dia mais democrático e eclético.
Com o surgimento do MMA e a ascensão das lutas como um todo, é notável que o mundo dos negócios influencia diretamente na rotina e no comportamento dos atletas. Os professores e alunos têm que lidar com competidores e “estrelas” nos tatames. São nesses momentos que o respeito deve ser evidenciado. Os princípios das artes marciais ajudam muito, afinal um grande atleta precisa de um professor e equipe, e sem eles, o atleta não existe.
Mas do que estamos falando afinal?
Toda academia tem seu modo de estabelecer sua disciplina, mas existem princípios básicos que a maioria segue e que dão essa característica bonita e singular a nossa arte. Respeito, ética, disciplina e companheirismo com os colegas são comportamentos que o jiu jitsu exige e que diferenciam medalhistas e os verdadeiros campeões.
É muito comum que os parceiros de treino se tornem amigos e isso se deve, em grande parte, a um ambiente de respeito e equilíbrio. No jiu jitsu, aprendemos a sermos melhores do que fomos ontem, e nunca melhor do que alguém. Devemos estar dispostos a ajudar os menos graduados e a respeitar os mais graduados. Devemos reconhecer que a humildade é a essência do aprendizado e que no final, o nosso esporte é muito mais coletivo do que individual.
Incentivar boas práticas no tatame, ajuda não só na formação das crianças, mas tem total influência na vida dos adultos praticantes. No nosso dia a dia, em que o respeito tem estado cada vez mais escasso, não se contente em aprender apenas golpes. Experimente também usar os ensinamentos que a nossa arte suave nos agrega.
E você, o que aprendeu com o jiu jitsu?
Leia também:
