Você chegou agora no jiu jitsu e percebeu que a galera fala umas palavras engraçadas que parecem cantonês? Relaxe, não é cantonês, é “jiu-jitês” (risos) e em breve você estará tão familiarizado que nem vai perceber quando dominar fluentemente este dialeto.
Como acontece em todos os esportes o jiu-jitsu também possui um vocabulário próprio que é usado para expressar situações do cotidiano das academias e características próprias dos praticantes. Embora seja difícil mencionar todas as gírias que a galera fala por aí, afinal, o jiu-jitês é tão dinâmico quanto o próprio jiu-jitsu, vou tentar citar o máximo possível de expressões com suas respectivas definições. Vamos lá!
Amarelar: é ter medo de entrar em competições ou ainda aquele que se inscreve, mas não luta por ter medo de passar vergonha.
Amarrar: é fazer de tudo para travar a luta. Quando feito de forma persistente na competição provoca punição para o “amarrador”.
Amassar: é passar a guarda dando uma pressão absurda no adversário ou, ainda, o mesmo que “passar o carro”.
Apaga, mas não bate: termo usado para definir um lutador que não se entrega fácil numa finalização e às vezes (ou quase sempre) se lesiona seriamente ou, literalmente “apaga” (desmaia).
Armadura: é o apelido carinhoso para o kimono.
Arrochar: é pegar mais forte numa posição de finalização. Ajustar o estrangulamento, por exemplo.
Arrombado: o ótario, aquele que não respeita nada nem ninguém e que também não merece respeito.
Bicho de pé: o cara que só finaliza o oponente com chaves de pé.
Botar pra baixo: projetar o adversário ao chão.
Botar pra dormir: fazer com que o adversário desmaie, geralmente por meio de estrangulamento.
Calculadora: ganhar a luta de competição com muitos pontos de diferença em relação ao adversário.
Carroçar: o mesmo que “passar o carro”.
Casca grossa: é o termo usado para definir “o cara” do jiu-jitsu, o excelente lutador e competidor, o pacote completo, aquele que inspira a todos os praticantes.
Cascudo: é o lutador duro, aquele que não se entrega fácil.
Comédia: o mesmo que “pangaré”.
Creonte: é o “traidor”, o “Judas” da equipe, aquele que muda de academia sem motivo aparente e que geralmente fala mal da equipe que saiu, desmerecendo o trabalho do antigo professor.
Dar uma blitz: é quando o lutador faz várias sequências de movimentações técnicas que chega a deixar o oponente desnorteado e sem saber o que fazer.
Espalhar o frango: durante a luta é quando um lutador pega as costas do outro, coloca os ganchos e o faz ficar espalhado no chão, evitando que ele fique de quatro (este movimento na competição vale 04 pontos).
Fenômeno: aquele que é graduado fora do tempo, rápido demais, desobedecendo as regras que regem o jiu-jitsu.
Ogro: é o bruto, aquele que não enxerga peso, sexo ou idade. Luta sempre como se valesse a mãe, seja na competição ou no treino.
Orelha de couve-flor: é a famosa orelha estourada, uma deformidade causada pelo atrito com o tatame, kimono ou ainda por algum choque com o adversário. A cartilagem da orelha se deforma quando há acúmulo de sangue no local da pancada por conta do rompimento dos vasos sanguíneos e ao drenar o sangue do local a orelha encolhe, causando o aspecto de couve-flor.
Pangaré: é o lutador muito ruim. Este termo é geralmente usado para os mais graduados que ninguém sabe a procedência da sua graduação e cujo nível das suas técnicas não condiz com a graduação que possui.
Passar o carro: é literalmente atropelar o adversário, que não terá tempo nem de anotar a placa do caminhão. O mesmo que “carroçar”.
Pela-saco: é o chato da academia, o puxa saco de todos que sejam mais graduados que ele, principalmente o professor.
Pitboy: é o brigão de rua, aquele que usa o jiu-jitsu de forma errada para mostrar superioridade. É um termo mais antigo e representa a visão que a sociedade tinha dos lutadores de jiu-jitsu que se envolviam em confusões. Aos poucos cai em desuso.
Rato de tatame: é o cara que só falta morar na academia e que pega todos os treinos de todos os horários. Também é usado para definir o lutador muito bom de jiu-jitsu.
Resenha: é o bate-papo de fim de treino e representa um momento de descontração, interação e troca de conhecimentos.
Rolar/ Dar um rola: é como se chama a luta propriamente dita. O mesmo que lutar jiu-jitsu.
Soltinho: um treino técnico só de troca de movimentos, teoricamente sem finalizações.
Três tapinhas: é quando um lutador está sendo finalizado e dá “três tapinhas” no seu finalizador para que ele pare com o movimento.
Bem, eis as expressões mais usadas pelos praticantes da Arte Suave. Espero que tenham curtido e se vocês tiverem mais expressões e gírias do jiu-jitês, mandem nos comentários.
Valeu cascas grossas!
Para saber mais: http://www.aprendajiujitsu.com.br/dicionario-do-jiu-jitsu/