Mulheres leves no Jiu Jitsu

No mês de fevereiro escrevemos um texto sobre os desafios que encaram as mulheres pesadas no Jiu Jitsu. Hoje vamos falar sobre as mulheres leves e suas vantagens, dificuldades, frustrações e estratégias.

Quando falamos de nossas parceiras mais leves e seus pontos fortes, sempre pensamos no quão rápido elas se movimentam, na explosividade de suas transições, e a flexibilidade de suas extremidades e, quem apenas está começando treinar, pode pensar que tudo isso pode ser atribuído ao seu tamanho. Porem, precisamos esclarecer alguns conceitos.

O primeiro erro é afirmar que os mais leves são mais rápidos. Esta é uma interpretação imprecisa da Segunda Lei de Newton na qual F(força)=massa*aceleração. Na verdade a massa não afeta a velocidade diretamente. Ela determina o quão rapidamente um objeto pode acelerar (aumentar a velocidade) sob a ação de uma força. Os objetos mais leves precisam menos tempo para aumentar a velocidade do que objetos mais pesados submetidos à mesma força.

Adicionalmente, no BJJ não é só a velocidade que faz a diferença ou a vantagem. Você pode se mover de um ponto para outro muito rápido, mas se não fazer isso no momento certo ou controlado, você vai cansar. Saber combinar velocidade e controle, resulta em explosividade, a qual é mais efetiva quando for usada no momento certo e com uma boa técnica.

Agora que já sabemos a combinação dos elementos que pode ser aproveitada pelas mais leves, vamos falar do fato mais frustrante para a maioria delas: a força. Usando a mesma Lei de Newton, podemos concluir que objetos mais leves precisam de uma força de menor magnitude para mudar a velocidade do que os objetos mais pesados num tempo específico. Ou seja, não só usamos menos força para freá-las, mas elas também precisam de mais força para frear os mais pesados.

Quem é leve já deve ter experimentado aquele momento ruim e frustrante de ter encaixado um triângulo, com todos aqueles detalhes bonitos, e sentir ter perdido todo o esforço porque o oponente usou força para sair e você não conseguiu segurar por falta dela (força).

Para esses momentos ruins, vamos lembrar do mestre Hélio Gracie, que diz: “O Jiu Jitsu que criei foi para dar chance aos mais fracos enfrentarem os mais pesados e fortes”. Como chega essa chance? Através da técnica. O melhor conselho que tem para quem começou treinar faz pouco e está pensando em desistir por causa de “falta de força” é focar na técnica, nos detalhes, e aos poucos desenhar uma estratégia para contra-arrestar aquelas “desvantagens” e potencializar seu jogo.

Finalmente para aquelas pessoas que subestimam as mais leves, usam só força para ganhar delas, ou pior ainda, “deixam” que elas ganhem, passamos o seguinte conselho do Joe Rogan: “Se você quiser aprender técnica… aprenda Jiu Jitsu. Aprenda com um cara leve. Aprenda de um cara que teve que lutar e realmente aprender como fazer tudo corretamente”.  

A conclusão desses dois textos é: nunca subestime seu oponente, entenda e estude-o, veja as vantagens do seu tamanho, sim, mas mantenha o foco em explorar todas possibilidades que o Jiu Jitsu oferece para você e no que você oferece para seu Jiu Jitsu. Aconselhamos ver os vídeos de lutas da Mackenzie Dern contra a Gabi Garcia. Duas guerreiras que tem demostrado que no Jiu Jitsu não existem limites, que é para todos os tamanhos, para todos nós.

Bom fim de semana a todos! Oss

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