Jiu Jitsu – a arte da defesa pessoal

Há alguns anos, não era muito difícil de ver a crescente e incontrolável “era” de agressão as mulheres. Agredidas por sua  classe, fragilidade. Agredidas por serem mulheres.  Agredidas e inibidas até conhecer os tatames e a suave arte de quebrar ossos, o Jiu-Jitsu.

Muitas, ao conhecer o Jiu-Jitsu eram entituladas como fracas, rotuladas como sensíveis; até que, por um momento decidiram fazer do esporte, da destemida filosofia, sua defesa pessoal. Lutaram dia após dia, para enfim, depois de batalhas travadas serem reconhecidas. Defenderam-se verbalmente, sem descer do salto, utilizando suas armas de guerra; muitas vezes o silêncio. Um silêncio sábio, misterioso, necessário!

Provaram que através da arte suave, tornaram-se “brutas”, fortes, imbatíveis. Quem precisa de “guarda costas” agora? Será mesmo que somos nós!? Já tornou-se comum ver lutadoras de jiu-jitsu que intimidam a quem antes lhes proporcionava medo e insegurança.

Em virtude de toda essa autoconfiança, as mulheres que, outrora praticavam esportes mais leves como nadar, correr, pedalar, etc… hoje lutam! Dedicam-se incansavelmente a superar seus limites mentais, emocionais, físicos e sociais. Fizeram do jiu-jitsu um escudo de guerra, de suas guerras diárias.

Infelizmente a violência contra a mulher ainda é algo um tanto comum nas ruas, no ambiente de trabalho e até em casa. Mas, já é possível notar que uma lutadora por exemplo, não sente-se mais tão intimidada ao sair e sofrer um assalto, que por ironia, não é algo incomum no país em que vivemos. Ela sabe que além da proteção divina aprendeu a defender-se; Aprendeu a usar a força do oponente contra ele mesmo; Adaptou sua “fragilidade” às circunstâncias impostas. Lógico, não é coerente reagir a tais agressões apenas no impulso do momento, todavia, há aquelas cujos anos de tatame lhes proporcionaram experiência, agilidade, calma, precisão, pulso firme! Estão aí topando qualquer “parada” para defender seus direitos dentro e fora do tatame.

A arte que por um bom tempo foi praticada por homens, abriu espaço para elas, e essas mulheres desfilaram lindas sobre as dúvidas dos que lhes observavam, sobre o medo da mudança que por alguns segundos, não mais que isso, tentou lhes parar. Desfilaram deslumbrantes de suas casas aos centros de treinamento! Deram um verdadeiro show no tatame da vida! E descobriram que “defesa pessoal” não trata-se apenas de treinos entre quatro paredes; e sim, de lutas travadas todos os dias, com vitórias garantidas na dimensão da vida!

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