No último dia 19, aconteceu pela segunda vez em Alagoas a II Copa Maria Bonita de jiu-jitsu, primeiro evento de jiu-jitsu exclusivo para mulheres em todo Nordeste, que reuniu 195 atletas, provando definitivamente que lugar de mulher é onde ela quiser, inclusive no tatame!
O evento foi iniciado com uma bela homenagem à Marian Acioli, que foi a primeira guerreira a se inscrever na Copa, mas que infelizmente faleceu antes do dia tão especial ao qual vinha se preparando. Marian faleceu acometida por uma dengue fulminante, que deixou todos os amigos e familiares abalados.
Equipes, familiares, amigos, o ginásio todo vibrava quando suas sinistras pisavam no tatame; os sorrisos da arquibancada refletia o quanto todos estavam orgulhosos de ver suas alunas, esposas, filhas, mães, namoradas, amigas, noivas, todas competindo. Idade, peso e altura, eram apenas números, que definitivamente não definiam o quão importante era estar ali, representando suas equipes, seu jiu-jitsu.
E não faltaram sorrisos! Alguns, de alívio ao receber suas medalhas no pódio. Outros, com a vontade de treinar mais e voltar no próximo ano. As lágrimas revelavam que o significado era bem maior que simplesmemte uma competição, tratava-se de vencer medos e dificuldades, superar a si próprias e aos muitos desafios. Independente da colocação, as lágrimas refletiam a satisfação por ter chegado até ali.
Entre tantas meninas e mulheres, a pequena Rayane Luise, faixa amarela de 8 anos, da equipe Sandro Melo, representou bem e com classe a categoria infantil no campeonato. Nessa idade, o nervosismo às vezes toma conta e parecemos perdidos dentro do tatame, porém, Rayane se destacou ainda mais por encarar uma derrota de cabeça erguida! Afinal, chorar é o de menos quando vemos nossas expectativas frustradas. Rayane provou exatamente isso! Jiu-jiteira desde cedo por influência do irmão mais velho, encontrou na prática do jiu-jitsu uma forma de ser ainda mais espontânea e aplicada nos estudos, além de ser super carinhosa com a família, a pequenina é muito disciplinada e encontrou na arte suave o equilíbrio pessoal. Tendo sido vencida por sua oponente por pontuação, Ray já deixou bem claro que irá se preparar ainda mais para o próximo desafio, buscando sempre corrigir os erros e aprimorando suas técnicas favoritas.
Entre outros destaques, a Copa também contou com patrocinadores de altíssima qualidade, que se dispuseram a tornar realidade um evento tão enriquecedor como esse para as nordestinas arretadas. Não satisfeitos, saiu inclusive uma matéria no G1 falando sobre o campeonato.
Em sua segunda edição, a Copa Maria Bonita superou as expectativas, provando definitivamente que cada vez mais as mulheres têm superado todos os preconceitos e obstáculos presentes na cultura brasileira há décadas. Assumindo, assim, a postura que querem ocupar na sociedade e conquistando seu espaço através de seus esforços; tendo o jiu-jitsu como um grande auxílio na conquista da autoestima, autoconfiança e aniquilando a ideia de que são sexo frágil. E em breve terão outra edição!
Parabéns às guerreiras que demonstraram mais uma vez que o jiu-jitsu é mais que um esporte, mas também uma filosofia de vida. Parabéns Copa Maria Bonita! Parabéns Marias Bonitas do Nordeste!