Quem desiste não é lembrado

Na volta pra casa, tinha uma certeza: jiu-jitsu não era pra mim. Eu não conseguia seguir dietas, não melhorava a guarda por mais que treinasse, não finalizava alguém mais pesado por mais que tentasse, não era considerada uma das melhores da minha equipe e nem me recordo quando foi meu último campeonato com vitória. Eu não era alvo das colunistas de esportes, não sentia minha evolução e o pior, eu via as meninas que chegaram por último tornar-se melhores que eu (não que esse fosse o problema).

Olhava pra minha faixa e sentia vergonha de usá-la! Eu não a merecia, ou pelo menos era isso que eu pensava. Nas semanas seguintes, eu relaxei, não treinei físico e nem pisei no tatame. Não me preocupei em lavar meu kimono, provavelmente eu não o usaria nos próximos meses. Eu me dei um tempo! As filosofias do jiu-jitsu exigiam muito de mim e no momento eu não correspondia às minhas próprias expectativas.

Decidi então, praticar algo novo! Pensei em música, teatro, dança… Independente do que fosse, só não queria voltar aos tatames. Me dei bem em minhas novas atividade, enquanto os meses passavam… Percebi então que meus kimonos adquiriram poeira, a faixa estava esquecida, enrolada e jogada em uma gaveta qualquer. As roupas de treino estavam aposentadas no fundo do armário, as fotografias, antes pregadas nas paredes, estavam frias dentro de uma caixa.

Observando tudo aquilo, lembrei quão árduo foi o caminho e quão doloroso estava sendo renunciar, enfim me perguntei: “Quando foi que eu me abandonei!?“. Em algum  momento durante a trajetória, por conta de alguns fracassos, permiti que a frustração me dominasse, esqueci o que a filosofia da arte suave havia me ensinado, ignorei o fato de jiu-jitsu ser treino duro e não talento. Parei por alguns instantes e tomei a decisão mais difícil que já havia tomado, decidi recomeçar.

Hoje, alguns meses — longos meses — depois, a certeza de que estou no lugar que sempre quis estar só cresce dentro de mim. A convicção de que amo o que faço e faço o que amo alimenta a minha esperança dias após dia. Hoje eu sei que, quando entro no tatame não entro para derrotar os meus colegas, mas sim as minhas frustrações, os meus fracassos, os meus medos, o meu ego e orgulho. Entro com a certeza de uma esperança renovada, de uma coragem redobrada, de uma fé inabalável.

Quem sou eu? Eu sou você! Muitas vezes, em alguns momentos pensamos em parar simplesmente porque a evolução tem sido lenta. Mas  logo me lembro que todos os que desistiram foram esquecidos. Porém, os que persistiram assim como você, me motivaram a chegar até aqui e lhes prestar essa singela homenagem, pois em todo momento são lembrados e tomados como inspiração! Se quer desistir de algo, desista de ser fraco!

Oss.

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