Você já sentiu medo?

Começo o texto de trás para frente hoje. Aqui, a pergunta final vem no início para que você possa, durante a leitura, refletir sobre o assunto. Já te adianto que, SIM, todos nós já sofremos com situações em que nos sentimos vulneráveis, com medo ou intimidados.

Podemos definir bullying como um comportamento ou atitude violenta, em que a agressão pode ser física ou não. Mas e o jiu-jitsu, onde entra nessa história?

Não, o papel das artes marciais não é estimular a violência, pelo contrário. Não queremos que o agressor e o agredido briguem. No jiu-jitsu, sabemos da importância do respeito e disciplina. Com isso, a arte suave funciona como ferramenta de reabilitação tanto para quem comete quanto para quem sofre bullying.

O mestre Rickson Gracie, disse em uma de suas entrevistas: “Quando mais se sabe, mais pacífico e tolerante se torna.  A violência é fruto da insegurança e do medo” e isso resume um pouco da função do jiu-jitsu na vida daquele que seria um potencial agressor. Como o mestre Hélio Gracie chamava, os “valentões” quando buscam a arte, se educam ou não permanecem, pois não deve haver espaço para essas pessoas no tatame. Acredite, já vi casos de crianças mudarem da água para o vinho. Já vi o valentão da turma, se tornar o separador de brigas, graças a arte suave.

Incrível é ver também, a mudança na vida de quem sofre bullying. Uma das promessas do jiu-jitsu é a autoconfiança e isso de fato é fantástico de ver. O mestre Hélio contou em uma de suas entrevistas que o jiu-jitsu que ele criou era para os fracos como ele, dando, assim, a chance do fraco lutar com o mais forte. Imagine se você sofre intimidações e se sente vulnerável, mas de repente descobre que pode lutar, se superar, “apanhar e bater” e perceber que no final, não é o covarde da história e que encarar de frente é a melhor saída. Essa liberdade não tem preço!

Entrei no jiu-jitsu quando era adolescente e logo no meu primeiro contato percebi o quanto era transformador para mim e para outros jovens. Quando iniciei, sempre fui muito medrosa. Tinha medo de confrontos, fossem físicos ou verbais. Assim que entrei, perdi tantas vezes nos treinos (como perco até hoje, diga-se de passagem) que entendi que eu poderia lutar, ganhar, perder, não importava, mas eu não precisava ter medo. Mais de 10 anos depois da minha primeira aula, não precisei brigar com ninguém até hoje, a não ser comigo mesma e dessa forma que construí minha autoconfiança.

No esporte, existem muitos atletas que superaram diversos problemas e hoje são inspiração pra muita gente. Uma delas é a Gabi Garcia que contou um pouco sobre isso na série de vídeos intitulada “Das vaias ao aplauso“.

Lembrando que a arte marcial não pode trabalhar sozinha, então, principalmente no caso das crianças, é necessário também que o combate seja feito dentro de casa, na escola e complementado na academia. Todo esporte tem a função de fazer com que seus praticantes interajam com outras pessoas, se disciplinem e se divirtam. Dessa forma, qualquer um deles pode ser um agente muito importante na luta contra o bullying desde que a prática seja acompanhada e supervisionada por profissionais credenciados e éticos.

E você, leitor, se lembra daquela pergunta que te fiz no início no texto? Se você já sentiu medo ou se magoou com ofensas de alguém, lembre-se de como se sentiu mal, antes de fazer o mesmo com alguém.

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