Maternidade e a volta ao jiu-jitsu

A maternidade por si só já é um desafio imenso, mãe de primeira viagem que sou me deparo com diversos conflitos interiores. A vontade de ser mãe era maior que qualquer outro desejo, porém, sempre quis deixar para depois por achar que haviam coisas que precisavam ser resolvidas antes de o bebê chegar. A hora chegou. Fiquei grávida, realizei um sonho e uma felicidade sem tamanho tomou conta de mim. Mas havia outras coisas na minha mente, algumas delas me preocupavam e o meu maior questionamento era quando eu poderia voltar a treinar.

Pode parecer frescura, muitas pessoas podem não entender esta necessidade que nós praticantes de jiu-jitsu temos de estar todos os dias no tatame. Sou faixa roxa, treinava duas ou três vezes todos os dias, meu marido professor faixa preta e além disto, eu ainda dava aulas para crianças. Minha vida acontecia no tatame e parar de treinar, mesmo que por um ótimo motivo, me fez sentir como se eu estivesse perdendo a minha identidade. Será que eu mãe iria me entender com aquela de antes?

Por mais que eu tentasse não pensar nisso, esta pergunta me angustiava. Dia 12 de setembro de 2018 nasceu meu filho. Eu ainda olho para ele sem acreditar que ele está aqui mesmo. Muita felicidade, muito amor e muita responsabilidade nova.

Uma nova rotina está sendo estabelecida, como moro fora do país não tenho aqui uma rede de apoio para, por exemplo, deixar meu filho com meus pais enquanto treino. Aqui somos só nós três e por enquanto, levar um bebezinho de 2 meses para o tatame me deixa muito insegura.

A volta aos treinos

Tive minha mãe e irmã me visitando por dois meses e assim que os 40 dias do puerpério se foram, lá estava eu na academia. No primeiro dia eu mal terminei o aquecimento, fiz a técnica e apenas um rola. No segundo dia fiz o aquecimento completo, técnica e dois rolas. Porém, na terceira vez que fui treinar tudo estava indo muito bem, fiz tudo e no fim do quarto rola senti uma pancada em um dos meus seios, que já estão sensíveis por causa da amamentação. Não dei muita importância na hora, mas quando cheguei em casa eu não conseguia encostar no meu seio, senti dor ao amamentar e tive febre.

Desde então, não voltei. Tenho que escutar meu corpo, estou esperando pelo menos duas semanas para me certificar que está tudo bem. Como minha mãe já foi de volta para o Brasil, agora preciso levar o bebê comigo para os treinos. Meu plano é ir assistir aos treinos com ele por uma semana e ver como ele vai se comportar. Caso ele não estranhe o local e fique tranquilo no carrinho, na próxima semana eu pretendo voltar a treinar!

Falar e planejar é a parte fácil, o complicado é colocar em ação. Estou dando meu melhor para conciliar esta nova mulher com aquela Priscilla que eu era antes. Sei que não vai ser igual, mas vou me esforçar ao máximo para que o jiu-jitsu permaneça na minha vida nesta nova fase.

E você, já passou por essa experiência? Conta pra gente como foi!


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