Instrutora, professora, mestre: aulas ministradas por mulheres

Quantos homens trabalham na creche ou escola de seu filho ou familiar próximo? São tão poucos que é capaz de você não se lembrar de algum na história da Educação Infantil.

A presença majoritária das mulheres nesse segmento é sintomática da distinção de gênero na divisão de tarefas e papéis sociais. Dessa forma, impacta totalmente na estruturação de perfis de algumas áreas de atuação. É um forte indício de como a sociedade atribui à mulher a responsabilidade dos cuidados com as crianças. É maternal.

A mulher tenta o tempo todo corresponder a diversos papéis sociais. Não somente no mercado de trabalho. Ela precisa ser exemplo de mãe, profissional de sucesso, familiar doce e amorosa, cidadã consciente, dentre outras tarefas que a sobrecarregam.

Por que é diferente na maioria das escolas de artes marciais? A mulher, entre suas tantas qualidades, é intuitiva, escuta, pondera, é capaz de aprender mais rápido e tocar vários projetos ao mesmo tempo. E não precisa ser masculina para provar seu valor. Precisa ser competente. Dar resultado. Saber manter o time coeso. Passar credibilidade. Buscar conhecimento e inovação o tempo todo.

Só não podemos esquecer que tais habilidades acima são necessárias tanto nas mulheres quanto nos homens! 

É tão difícil vermos as mulheres chegando à tão esperada faixa preta! Creio que todas as que começam almejam, mas muitas vezes renunciam porque essa busca requer tempo e energia maior do que suas designadas tarefas sociais permitem.

Ainda bem que temos como exemplo Yvone Duarte, a precursora das faixas pretas, Kyra Gracie, que provou que numa família de atletas homens podia se destacar tanto como atleta quanto como professora e hoje toca sua própria academia, Hannette Staack que foi para os EUA para seguir com sua carreira de campeã e se destacou tanto como professora que tem sua própria academia lá e muito orgulho do trabalho que realiza, Leka VieiraLeticia Ribeiro e tantas outras tão competentes e não menos importantes.

O impacto desse cenário está vinculado à forma como a mulher lida com a nova realidade. Nada fácil a missão de dar aulas para turmas mistas. Muito se vê no jiu-jitsu mulheres ministrando aulas kids ou femininas.

Não estou aqui dizendo que é certo ou errado e muito menos apontando o que cada um deve ou não fazer. Apenas retratando uma realidade em nosso esporte muito presente.

A mulher foi por muito tempo reconhecida como “sexo frágil” e hoje busca assumir sua posição como professora, atleta, competidora num esporte ainda dominado por homens.

O reconhecimento e o respeito vêm aumentando, mas ainda não é o bastante. Junto com a comunidade feminina, que tal a masculina aderir ao movimento e dar mais chances àquela colega de treino que dá aulas em sua academia? A luta deve ser de todos. Afinal, é em prol de um objetivo só: o crescimento do jiu-jitsu.



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