Rio International Open 2018

No último fim de semana aconteceu, no Rio de Janeiro, mais um campeonato da IBJJF/CBJJ: o Rio International Open. Tivemos lutas com e sem kimono e as meninas fizeram bonito no Velódromo Olímpico do Rio. Vamos conferir como foi!

A competição começou sábado logo cedo. Às 9h já tínhamos as faixas azuis e roxas (adulto) e as meninas do juvenil faixa azul lutando as categorias de peso (GI). O campeonato de kimono (GI) teve um total de 118 mulheres inscritas (a maioria na faixa azul: juvenil, adulto e master). Já o sem pano (NOGI) teve 37 inscrições. A categoria azul adulto feminino foi a que teve mais participantes, com um total de 41 mulheres.

Observando a competição, a presença dos homens ainda é bem maior. Porém, estamos evoluindo, principalmente com as meninas que estão chegando (exemplo das azuis serem maioria). Talita Treta, que é faixa preta e campeã de jiu-jitsu, hoje atleta de MMA do Bellator, esteve no Rio Open acompanhando sua filha Luiza Nogueira, que foi campeã na categoria e 2º lugar no absoluto de kimono. Treta destacou a evolução do esporte e se impressionou com o nível das mulheres.

Ela ressaltou que hoje são muitos campeonatos e com valor alto, então fica mais difícil (o último preço do Rio Open, por exemplo, foi de R$ 160 ou R$ 277 no caso do GI + NOGI). “Mas vejo muitos campeonatos cheios também! Está crescendo. Só acho que as meninas faixa marrom e preta deveriam competir mais. Tem muitas, mas ainda poucas nesse tipo de competição. Acho que seria um incentivo para quem está chegando!”

Luiza Nogueira em uma de suas lutas

A gente pode pensar ‘poxa, mas o preço é o mesmo para os meninos’. Sim, mas o número de atletas com patrocínio no feminino ainda é menor proporcionalmente, o estímulo para tornar-se profissional é diferente, ou seja, o caminho ainda é um pouco longo, mas estamos chegando lá. Para isso, precisamos também nos mostrar presentes, botar a cara e fazer bonito nos campeonatos. Se queremos um espaço, vamos lutar com todas as forças por ele!

A faixa marrom Julia Boscher, que se recupera de uma cirurgia feita em janeiro, também esteve no Rio Open e destacou que é perceptível a cada campeonato a evolução das mulheres. Ela também ressaltou que falta estímulo, que quanto mais as faixas pretas mostrarem a sua força, que são capazes e chegaram lá, mais “vai fazer com que as meninas continuem e cada vez mais as categorias marrom, preta, roxa ficarem mais cheias”. Esse estímulo, segundo ela, precisa vir principalmente de dentro das academias, “para as meninas continuarem no esporte e possam acreditar que tenham o espaço delas ali”.

O campeonato foi bem equilibrado e teve lutas muito duras. As categorias marrom e preta, principalmente, não tinham muita gente e no sem pano mais ainda, com menos da metade das inscrições (ressaltando, de novo, que foi preciso gastar quase R$ 300 para lutar as duas modalidades). A atleta Gabriela Fechter, por exemplo, frequente na categoria pena, subiu para o super pesado NOGI para ter luta (e foi campeã peso e absoluto). Aqui você confere os resultados oficiais.

Quem acompanhou o NOGI no domingo viu a luta entre as irmãs Maria Luisa e Maria Carolina Joia, algo bem interessante que aconteceu nesse campeonato. A gente sempre ressalta que adversário não é inimigo e elas provaram isso. Final de campeonato, mesma graduação, mesma categoria no NOGI, mas equipes diferentes. Maria Carolina Joia da Soul Fighters e Maria Luísa Joia da Nova União.

Elas começaram a treinar já em lugares diferentes e criaram laços com as equipes, então acabaram ficando cada uma em um canto rs… No campeonato de kimono, Carol desceu de categoria e as duas não se cruzaram, mas antes disso já imaginavam que um dia poderiam se encontrar em uma competição.

“Optamos por lutar mas em nenhum momento encarei como rivalidade. Foi como se fosse um treino, só que na frente de nossos amigos.”, disse a Maria Luísa, dando um exemplo para todos nós. Maria Carolina disse que elas sempre lidaram muito bem com isso e que entende que faz parte, mas “não é algo que acho legal que se torne rotina, enquanto pudermos evitar vamos evitar, mas de vez em quando vai acabar acontecendo, acho que principalmente nos campeonatos sem kimono”.

O clima era muito leve, inclusive dos treinadores das duas. Quem levou a melhor dessa vez foi a Carol, que também ficou em 2º lugar no absoluto NOGI. Ela treina com a Julia, que elogiou a faixa azul: “em cada campeonato me surpreende, me orgulha, é uma menina muito centrada, focada, determinada.” No fim da luta, um abraço entre as irmãs e um exemplo para todos que assistiam a competição.

Maria Luísa e Maria Carolina Joia

O fim de semana foi de muito aprendizado e muitas lutas duras. As faixas azuis mostraram a que vieram e estão fazendo bonito nas competições. Vamos, cada vez mais, fazer parte desse espaço, com mulheres de todas as graduações lotando os tatames!

Veja as fotos do Rio Open em nossa página do Facebook clicando aqui.

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