Jiu-jitsu no tatame e na vida

O jiu-jitsu é visto por alguns como um esporte empolgante porque envolve adrenalina, mas também requer estratégia. Há os que o procuram como meio de obter condicionamento físico e para definir a musculatura. Porém, para grande parte dos adeptos, a arte suave é um estilo de vida com filosofia própria. Um de seus símbolos é o triangulo com três lados perfeitamente equilibrados, o que representa o corpo, a mente e a alma sob uma base sólida e inabalável.

A aventura sob tatames tem sido procurada – e até recomendada por psicólogos e outros profissionais – como um caminho para autoconhecimento. As experiências vividas nas aulas e campeonatos podem ser usadas como metáforas para diferentes situações da vida.

EVOLUÇÃO E APRENDIZADO

No tatame – Se você deseja aprender jiu-jitsu, só existe uma alternativa. Vestir um kimono e treinar.  É no tatame que se evolui. Aula por aula. Um dia após o outro. O progresso é lento, porém constante e evidente. Você aprende um movimento por vez. E assim vai se desenvolvendo. Passam-se os dias, os meses e os anos. E claramente você percebe que aprendeu e tudo mudou. O corpo muda. Ganha força e flexibilidade. A cabeça muda. Ganha calma e velocidade de raciocínio. E a caixa de ferramentas vai se enchendo de técnicas. E uma técnica se junta à outra.

 Na vida – Cursar a faculdade, uma pós-graduação ou um MBA, aprender um novo ofício, ser fluente em um novo idioma, abrir um negócio, aprender a cozinhar ou desenvolver qualquer outro hobby requer a mesma lógica do jiu-jitsu: frequentar os treinos e se dedicar. Só assim se evolui. Do contrário, você não sai do lugar. Na vida, é necessário encher o peito de coragem e começar. Procurando os meios e ferramentas certas – uma escola, uma faculdade, um instrutor ou um curso – você pode aprender qualquer coisa. Basta dedicação e paciência. É um passo de cada vez. Com o passar do tempo, você terá as ferramentas certas para alcançar seus objetivos.

PRESSÃO

No tatame – O praticante de jiu-jitsu pode ser amassado e pressionado durante um rola. A imagem parece ser espantosa aos leigos. Não bastasse a pressão sobre a barriga, o tórax e a cabeça, o lutador em desvantagem ainda precisa se preocupar em não ter o pescoço agarrado e nem articulações de braços, pernas e pés presas. A primeira vez que se passa por isso beira ao desespero. Mas o praticante, incrivelmente, se acostuma. Aprende a controlar a respiração e manter a calma. Mesmo esmagado e esticado, consegue pensar. E assim, calmo, analisa possibilidades de sair da situação. Sabe que precisa apenas aplicar as técnicas aprendidas. Basta um piscar de olhos para o jogo se inverter.

Na vida – Sabemos como a vida pode ser sufocante. Quem nunca se sentiu esmagado, pressionado e preso em uma determinada circunstância. Problemas acontecem no trabalho, na família, na faculdade e em qualquer ambiente social. Todos passam por isso. A diferença está em como lidar com tanto estresse. Podemos nos entregar ao desespero, atitude que apenas piora as coisas – assim como acontece no jiu-jitsu. Ou manter a serenidade. Aguentar o máximo possível e pensar, analisar possíveis alternativas e, conscientemente, agir. Da mesma forma que basta um segundo para tudo mudar durante um rola, basta um momento para tudo mudar na vida. Mas é preciso aguentar a pressão.

RESPEITO

No tatame – Frequentar uma academia de jiu-jitsu requer certa formalidade. Há uma série de códigos a serem aprendidos e aplicados. Até o tatame, um objeto inanimado, merece deferência porque é o local de aprendizado dos praticantes. É importante cumprimentar e agradecer ao professor e aos colegas de treino porque graças a eles é possível progredir. A formação dos alunos no tatame segue a ordem de graduação. Cumprimentos antes e depois dos rolas são imprescindíveis. Esses gestos e maneiras evocam um único princípio: o respeito. É respeitando o local de treino, os colegas e a si mesmo que praticante da arte suave evolui. Ele aprende muito cedo que falta de educação e descortesia são inadmissíveis.

Na vida – Seja o local de trabalho, de estudo, a rua ou a própria casa, todo lugar tem um código de comportamento. Todo ambiente exige uma conduta respeitosa e gentil. Cumprimentar a todos, ser cordial e se portar adequadamente são o mínimo necessário para crescer como pessoa. Contudo, por incrível que pareça, o que é tão claro dentro da arte suave não é percebido por alguns que insistem em transgredir regras básicas de convívio. Por isso é comum histórias de pessoas que se comportam no trabalho como se estivessem na cozinha de casa ou de gente que destrata a todos que vê pela frente. O fato é que saber ser respeitoso com aqueles que o cercam e se portar adequadamente são princípios fundamentais para progredir em qualquer esfera da vida.

Seria possível escrever um livro inteiro sobre conceitos importantes no jiu-jitsu que podem ser aplicados no cotidiano. Na arte suave é possível aprender a enfrentar frustrações, perdas, fracasso e dificuldades. Assim como também se aprende a lidar com conquistas, vitórias, alegrias e o entusiasmo. Como se diz dentro das academias: ou você vence ou você aprende.

Jiu-jitsu é evolução! Se você pratica ou praticou, aproveite o espaço destinado aos comentários para contar qual lição a arte suave te ensinou. Sua experiência pode ajudar outras pessoas. O que você descobriu dentro dos tatames que pode ser aplicado na vida real?

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