Atleta da semana- Irati Maffra

Fala, galera! Essa semana conversamos com a Irati Maffra, atleta faixa marrom de judô e faixa roxa jiu-jitsu da equipe Constantino. Ela contou pra gente hoje como começou a treinar, sobre as principais mudanças que o esporte trouxe em sua vida, e também sobre sua escolha em ser vegetariana. Boa leitura!

Irati começou a treinar judô em 1990.Ela tinha acabado de se mudar para São Paulo e uma amiguinha de sua irmã dormiu em sua casa. No dia seguinte disse ao pai dela que ela tinha que ir ao judô. Seu pai a levou e foram junto assistir:

“Fiquei encantada com aquilo, acho que meu pai percebeu e perguntou se eu queria fazer. Foi então que comecei o judô.”

Em 1997 seu Sensei foi assassinado em um assalto, e não tinha ninguém para dar continuidade aos treinos e por isso ficaram sem treinar. Seu namorado (que hoje é seu marido) tinha começado a treinar jiu-jitsu e ela ia lá de vez em quando treinar judô com ele na academia. Um dia o professor a viu treinando judô e a convidou para fazer o jiu-jitsu com ele.

Quando falamos sobre as maiores dificuldades que o esporte trouxe, ela disse, como muitos atletas, que é o apoio e compreensão da família:

“Em muitos momentos é bem difícil lidar com o conflito. Existe muita cobrança como se eu estivesse deixando de ser mãe e esposa quando vou treinar/competir. E a grana pra competir também é difícil de obter às vezes”

Sobre a posição que mais gosta, ela diz ter mais facilidade de finalizar com armlock e gosta de atacar também partindo da  norte-sul. Quanto à sua rotina de treinos, ela treina jiu-jitsu treino segunda/quarta e sexta à noite e de terça/quarta/quinta na hora do almoço e também no sábado de manhã. Judô ela treina de terça e quinta à noite. Musculação de segunda a sexta-feira pela manhã.

E para dar conta disso tudo, ela tem uma alimentação bem balanceada:

“Sou vegetariana. Não bebo (nunca e nem nada). Não tomo refrigerante e suco de caixinha (só sem açúcar). Basicamente bebo água de Coco e chá sem açúcar. Procuro evitar o açúcar mas confesso que é meu grande pecado! Como bastante ovos e procuro ingerir carboidratos integrais, legumes e verduras e frutas (menos do que deveria mas procuro comer todos os dias)
e bebo pouca água, acho que é minha maior falha na alimentação do dia a dia.”

Dêem só uma conferida nos títulos dela:

Judô:
Campeã paulista
Campeã Open SP
Campeã Brasileira
3º Copa São Paulo

Jiu-jitsu: 
Campeã Mundial CBJJE
3° Brasileiro CBJJ
3º BJJ PRO IBJJF
3º Internacional Open
3º Sulamericano CBJJ

Irati também já teve suas lesões, como todo atleta: já teve no ombro direito, joelhos, tornozelo direito e a cervical (que é a mais recente) que ainda está tratando.

Quando falamos sobre seus objetivos dentro do esporte, ela diz que quer ser faixa preta um dia. Na verdade seus objetivos são crescer até onde ela conseguir chegar:

“Pretendo fazer isso até onde o corpo aguentar. Gosto de competir porque encaro como uma prova daquilo que eu aprendi na academia.”

Irati contou também porque decidiu ser vegetariana. Foi depois que se tornou espírita, e ela não sabe dizer ao certo quantas mudanças foram depois que virou vegetariana, porque essa mudança veio antes de ela voltar para os esportes:
“Fiquei uma década sem praticar nada. Fumava e bebia. Parei de beber depois de fumar e depois de comer carne e voltei a praticar esportes e por último deixei de comer peixes. Agora luto para zerar o açúcar (refinado).”

Sobre seus ídolos, ela diz que se espelha em pessoas normais que batalham pra ‘ter seu lugar ao sol’:  “Gente desconhecida como eu, que luta e se esforça. Nem vou citar  nome porque ninguém conhece :)”

Para finalizar, ela deixa um recadinho pra quem deseja seguir no esporte:

“Todo mundo fala que nunca é tarde para recomeçar. Mas na verdade muita gente se espanta quando vê alguém mais velho praticando esporte e querendo competir. Tenho certeza que nunca é tarde para voltar atrás nas suas escolhas e retomar de onde parou. As vezes a vida nos coloca em outros caminhos mas sempre há tempo de voltar e seguir a viagem pro destino que a gente quer.”

 

 

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