Jiu-jitsu: Você conhece as regras do jogo?

Há alguns dias, eu tive a honra de estar presente num curso de regras e arbitragem da IBJJF. E lá, descobri um novo jiu-jitsu em mim. E fiquei me perguntando: será que as pessoas realmente conhecem as regras?

O livro completo de regras e arbitragem da IBJJF está disponível no próprio site da federação e com certeza você não vai se arrepender de imprimi-lo e tê-lo sempre por perto. Esse manual de regras prescreve o que você pode e o que não pode fazer e quais movimentos lhe renderão pontos ou vantagens durante a luta. Com apenas 44 páginas e cheio de imagens ilustrativas e muito esclarecedoras, o livro de regras é, ou deveria ser, a bíblia de quem treina (e/ou ama) o jiu-jitsu, mas principalmente daqueles que competem.

Nas academias, geralmente, muito se preocupa com a eficiência e a beleza das posições e golpes, e pouco se explica sobre as regras. Sim, explicar, porque pode haver interpretações diferentes, e até erradas. E existem coisas simples como a interpretação dos gestos do árbitro, que pode ser muito útil e até decisivo, em um campeonato.

Com certeza você já viu nos campeonatos de jiu-jitsu, algumas pessoas reivindicando pontos nas lutas aos gritos, xingando os árbitros, desrespeitando o ser humano, o profissional e as famílias ali presentes, e é muito provável que essas pessoas nunca tenham lido nenhum livro de regras, pois se o fizessem saberiam também que, até uma simples discussão na arquibancada pode prejudicar toda a equipe.

Quanto mais se conhece e se entende as regras, menores são as chances de você se machucar ou machucar seu adversário por exemplo, e ao lesionar seriamente alguém, ainda que acidentalmente, pedir desculpas pode não resolver, e muitos são os casos de atletas que precisam passar por cirurgias após terem sido vítimas da imprudência do adversário, em treinos e até em campeonatos.

O ideal seria que, desde a faixa branca, nós já tivéssemos o contato direto com essas informações principalmente durante as aulas nas academias, e inclusive o interesse real em saber quais os riscos que você vai correr e que responsabilidades estará assumindo ao praticar jiu-jitsu.

As regras mostram uma visão progressiva da arte suave, e isso pode mudar todo o seu pensamento durante a luta. Assim como o sistema de combinação de pontos, que com bastante treino pode ser usado em benefício próprio legalmente nos campeonatos.

As regras podem mudar de acordo com o campeonato ou federação, e elas também podem mudar a qualquer momento, o tempo de bloqueio por exemplo, aquele tempo que temos antes de tocar o adversário e fazer uma “pegada” e não ser punido, na IBJJF é de 30 segundos a na federação UAEJJF é de 20 segundos, ou seja, conheça e principalmente: leia as regras.

Quando a gente se inscreve em um campeonato, se preocupa com o valor da inscrição, foto da carteirinha, quem vai estar na sua chave e etc. São poucas as pessoas que se dão ao luxo de lerem as regras, por isso seja essa pessoa. Existe algo que demonstre mais respeito do que conhecer as regras do esporte que você ama?

Pode parecer chato e cansativo ficar lendo aquele monte de informações, mas imprima as páginas, coloque uma capa com sua cor favorita, faça anotações, use marca textos, deixe-o com a sua cara, e com certeza ficará mais fácil estudá -lo. E pra quem não sabe, para ser um faixa preta reconhecido pela federação, é preciso fazer o curso e, ao final, passar por uma prova teórica, então já que mais cedo ou mais tarde teremos que saber cada linha desse livro, porque não começar agora?

Queria muito agradecer publicamente ao mestre e professor Álvaro Mansor, que ministrou o curso, pelos ensinamentos e boas risadas. Álvaro, você tem dom! (Espero que ele leia).

Até a próxima.

Osss.

*os cursos de regras da IBJJF são ministrados em vários lugares do Brasil e a agenda oficial está no disponível no próprio site.

Posts relacionados

competidora-de-jiu-jitsu (1)

A solidão da competidora de jiu-jitsu

O número de atletas mulheres em competições de jiu-jitsu mundo afora tem crescido consideravelmente. Porém, a verdade é que a grande maioria dessas atletas não