O Atleta da Semana conversou com Mariana Fanini, atleta faixa roxa da Gracie Barra Ecoville, em Curitiba (PR).
Mariana começou a treinar ainda bem cedo, mais precisamente com quatro anos de idade. Segundo a atleta, entretanto, sua história mudou os rumos dois anos atrás, quando teve que passar por uma cirurgia de redução de estômago. Antes do procedimento e da cirurgia, ela pesava 130 kg. Mariana estava no jiu-jitsu buscando manter o peso, sendo bastante difícil treinar, pois seus horários só permitiam que ela treinasse das 22h às 23h, um horário dominado por homens. A atleta era a única menina que estava rotineiramente presente. A fascinação pelo esporte ajudou na superação diária.
A arte suave, como não se esperaria diferente, mudou Mariana também como pessoa. A convivência com a diversidade de pessoas e suas personalidades fez com que a atleta amadurecesse, aprendesse a tratar diferentemente a todos e todas e a descobrir os seus limites. A superação de dificuldades foi uma constante na vida desta guerreira que durante toda a vida teve que crescer lidando com o bullying por ser mais pesada e não se enquadrar nos padrões sociais estéticos impostos. Mesmo após a perda de peso, a atleta relata as sequelas que as situações desagradáveis trouxeram. Ela agradece ao jiu-jitsu por diariamente ajudá-la na superação dos traumas.
Insistente e obstinada, Mariana decidiu mostrar diariamente a que veio. Este pensamento lhe permitiu ganhar o seu espaço e respeito em um esporte ainda de maioria masculina. Uma frustração claramente expressa pela atleta é sobre patrocínios. A falta de incentivo ao esporte dificulta muitas viagens e inscrições em diversos campeonatos, fazendo assim, com que muitas vezes se opte por campeonatos em sua cidade ou em locais pertos devido ao elevado custo de passagens e hospedagens.
Amante da meia guarda profunda, Mariana treina duas vezes por dia de segunda a sexta. De forma impressionante, ainda há agenda para duas sessões semanais de pilates. Igualmente, a atleta tenta manter uma alimentação equilibrada fazendo de cinco a seis refeições por dia. Durante a semana nada de refrigerantes ou ingestão de carboidratos a noite, mas no fim de semana pode haver um relaxamento nestes quesitos.
Como (infelizmente) é comum para as mulheres, Mariana também já sofreu preconceito. Ela relata que muitas pessoas não entendem que as mulheres não estão treinando por meros caprichos ou para conseguir algum romance. O trabalho na arte suave é sério e, portanto, deve ser encarado como tal e não como um local prioritário para se arrumar um namorado.
Dentre as conquistas da atleta, ela mesma destaca:
– Campeã Sul Brasileira 2016 (CBJJ)
– Campeã do Florianópolis Pro
– International (UAEJJF) 2017
– Campeã do Curitiba Open 2015 (CBJJ)
– Vice Campeã Brasileira por Equipes 2016 (CBJJ)
– Vice Campeã do Floripa Fall 2017
– Vice Campeã do Curitiba Fall 2017
– Vice Campeã do Floripa Open 2016
Instrutora de uma turma mista na Gracie Barra Ecoville (segundas e quartas-feiras às 23h), Mariana tem como objetivo atingir a excelência no que faz. Além disso, sonha em disputar um mundial da CBJJ e UAEJJF.
A quantidade de pessoas admiráveis dentro do BJJ é muito grande, mas Mariana destaca sua admiração por Tayane Porfírio, Claudia Doval, Romulo Barral e Caio Terra. O que temos que convir é que sua lista é de expressão!
Por último, Mariana deixa para todas e todos uma bela mensagem:
– A gente é capaz de qualquer coisa quando nos comprometemos a fazer bem feito e com amor! Desistir não é uma opção quando queremos algo de verdade! Faça sempre aquilo que faz o seu coração vibrar!