Treinos de jiu-jitsu como visitante

Hoje irei falar de um assunto que para muitas pessoas é tranquilo, mas que para  outras é polêmico: treinar em outras academias de jiu-jitsu que não a da minha equipe. Como não poderia ser diferente, treinar em outras academias tem coisas boas e outras não tão boas, como iremos descrever. Decidi escrever um pouco sobre este assunto pela necessidade pessoal que tenho, como alguém que seguidamente viaja a trabalho, de visitar outras academias de jiu-jitsu a fim de manter os treinos da semana em dia. Em muitas academias o visitante paga pela(s) aula(s). Em muitas não. Mas não pretendo entrar no mérito desta questão financeira.  

Para muitos professores, visitar uma outra academia de jiu-jitsu é bom para os seus atletas. Isto porque este professor confia no seu trabalho, sabe que será uma oportunidade de se colocar o jiu-jitsu em teste e ampliará o contato dos seus alunos com as pessoas da arte suave. O outro lado da moeda é o professor inseguro. Para estes profissionais inseguros visitas em outras academias não são, naturalmente, tão atraentes quanto deveriam ser. E isto porque é esperado que o seu aluno visitante receba uma boa aula na academia a qual visita, que o jiu-jitsu de seu estudante esteja aquém das pessoas de mesma graduação e porque as comparações serão praticamente inevitáveis.

Para muitos praticantes da arte suave, em especial aos que estão em viagens (tipicamente meu caso como visitante), treinar em outras academias é mais do que uma simples visita, mas uma oportunidade de se manter o ritmo dos treinamentos. Em situações como esta não é raro o quimono e a faixa estarem na bagagem.

Quase todas academias que já tive a oportunidade de visitar (e foram várias) têm por hábito receber bem seus visitantes. Felizmente, esta tem sido minha experiência como visitante, apesar de já ter escutado alguns relatos ruins de outras pessoas. Tenho sido, entretanto, muito bem recebido em diferentes locais e em diferentes regiões do país. Citar especificamente alguma neste momento seria até mesmo injustiça com as outras.

Em tais academias os visitantes costumam ser muito bem tratados, recebem toda instrução e atenção necessária e, além disso, rolas duros. O que é natural, pois é a imagem da academia que está recebendo o visitante que também está em cheque. Imagine você visitando uma academia na qual você só tem rolas fáceis. Provavelmente a sua visão seria de que aquela academia tem um jiu-jitsu deficiente. Se por outro lado você tem rolas duros, então sua visão deverá ser de que a arte suave naquela academia é boa.

Eu sei que muitas academias não têm o hábito de receber visitantes e, mesmo, nem gostam quando acontece. Também sei de poucos casos de academias que proíbem visitas. É difícil julgar os porquês de cada uma destas equipes, mas felizmente, de forma geral, as academias recebem visitantes e recebem bem! Para muitos, não receber visitas é uma forma de se evitar que seus atletas passem por situações difíceis com os visitantes e prevenir que muitas deficiências sejam expostas. Contudo, para o visitante, a situação é certamente desconfortável.

Mas e quando não estou viajando? Bem! Esta é uma pergunta interessante. Eu sempre priorizo os treinos em minha academia com meus colegas (irmãos e irmãs de tatame) e não há porque ser diferente. Por qual razão eu estaria em uma academia a qual eu não confiasse no professor? Por que eu continuaria em uma academia na qual não me sentisse bem tratado? Ou que não fosse ensinado direito? Ou que não entendesse ser de um bom nível técnico? Não há porquê. Desta forma é mais do que natural se priorizar os treinos em nossas próprias equipes.

Mesmo assim, muito eventualmente acontece de eu receber um convide de algum amigo (e.g. na foto abaixo), ou mesmo de ter uma aula com algum visitante de fora em outra academia. Por respeito ao meu professor eu aprendi a sempre comunicar ele sobre as visitas que vou fazer. Até mesmo porque ele tem muito mais experiência no jiu-jitsu e pode me informar se estou entrando em uma furada ou não. Nestas situações de excepcionalidades não vejo porque haver problemas nas visitas. Ao menos para mim não houve.

Foto: Eu juntamente com o Mestre Deo (83 anos e 74 anos de jiu-jitsu) após o treino

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Receber visitas também é bastante salutar. Oportunidade de se fazer um rola diferente com pessoas que não temos ideia de como seja o seu jogo. Isto é um excelente teste para o jiu-jitsu e a oportunidade de conhecermos pessoas novas. Devemos tratar os visitantes como gostaríamos de receber o tratamento se estivéssemos na mesma situação. Em minha academia visitantes são sempre bem vindos! Os mesmos são bem recebidos, bem tratados, bem instruídos pelo professor e se sentem bem.  

Em resumo, eu pessoalmente vi muito mais benefícios do que problemas com visitar e com receber visitas. Se você tem experiência de ser visitante e de receber visitas em suas academias de jiu-jitsu você provavelmente irá concordar com muitas coisas e discordar de outras. E esta é a beleza da democracia e diversidade que o jiu-jitsu também nos proporciona!

Você concorda? Discorda? Nos deixe sua opinião e bons treinos!

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