No último dia 30, Gabriele Garcia e Yomito Motta protagonizaram uma luta um tanto polêmica no Japão. Se de um lado, tínhamos a Gabi, multi campeã do Jiu-Jitsu, atleta peso pesado e grande promessa do MMA, do outro, tínhamos uma atleta japonesa mais velha, menor, com um cartel irregular e um background no Catch Wresting. Pra quem não sabe, é um estilo de luta difundido em todo mundo em que, por mais que os lutadores sejam também atletas, os resultados são combinados e a luta tem um roteiro pré estabelecido e são coreografadas.
Tais diferenças geraram comoção na web dividindo opiniões e abrindo espaço para muita discussão.
É comum que nós brasileiros não estejamos acostumados a esse tipo de evento. Desde que o MMA se tornou popular, o mercado é dominado pelo UFC e o seu formato tem servido de modelo padrão para eventos no mundo todo. Tal luta deixa claro que o Rizin, evento que realizou a luta, veio para ser diferente. Adotando o estilo do “Pride”, extinto evento japonês, o Rizin leva a sério o conceito de “show” e a paixão dos japoneses por coisas diferentes.
Os eventos japoneses são famosos por suas excentricidades muito antes do UFC ser o que é hoje. Regras que permitem golpes mais agressivos, entradas faraônicas e lutadores sendo grandes celebridades são alguns dos detalhes que fazem a alegria do povo japonês e que tornam o Rizin e o Pride eventos únicos. Antes da febre de UFC, o Pride era o evento mais famoso e respeitado do mundo e revelou grandes estrelas do esporte inclusive muitos brasileiros como Minotauro, Wanderlei Silva, Shogun entre outros.
Não é a primeira vez que lutas de atletas com grandes diferenças de tamanho são realizadas pela organização do Pride. A luta do Fedor Emelianenko X Zuluzinho e Royce Gracie X Akebono são exemplos de tal prática. A diferença desses combates para o da Gabi é que os atletas menores eram conhecidos por sua superioridade técnica e pela maior experiência no MMA. A diferença é que no caso da Gabi, a crítica e fãs do evento entenderam que toda a vantagem estava do lado da lutadora brasileira e que tal combate não tinha possibilidade de terminar de outra forma, se tornando uma luta fácil e até, de certa forma, covarde. A luta foi rápida e não durou nem 1 minuto, confirmando a superioridade da Gabi e o exagero do show ao casar tal luta.
Questionada muitas vezes pela imprensa e fãs, a lutadora utilizou seu perfil do Instagram respondendo a comentários e fazendo transmisões ao vivo. Ela alegou questões contratuais e a cultura japonesa como principais motivos para o acontecimento da luta. Os próprios fãs da lutadora e praticantes Jiu-jitsu e outras artes criticaram bastante o fato da lutadora aceitar a luta. A internet foi tomada por críticas e até desafios de outras lutadoras. Muitos alegaram que a aceitação dessa luta feria diretamente o jiu-jitsu, manchando assim a carreira da lutadora.
Muitos inclusive alegam que a atleta ainda não lutou com nenhuma adversária a sua altura e que a carreira de MMA está sendo forjada em lutas relativamente fáceis para a Gabi, que foi considerada uma grande promessa quando migrou de sua bem-sucedida carreira no Jiu-jitsu para o Mixed martial Arts. As críticas não foram bem aceitas pela atleta que chegou a discutir algumas vezes nas redes sociais. Gabi disse ainda nos coméntarios de seu perfil que já existem outras adversárias sendo estudadas pela organização como futuras desafiantes e que essas atletas são maiores e mais pesadas.
Após a luta, Gabi Garcia tentou um abraço em sua adversária e enalteceu o respeito e a coragem da mesma em aceitar lutar com ela.
Para conferir o vídeo da luta, acesse:
https://www.youtube.com/watch?v=W_Ha52ONRNI
E você leitor, o que achou da luta e da polêmica nas redes? Conta aqui para gente 🙂
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