Meu primeiro ano de azul

Fala, galera! Fim de ano chegando, muitas graduações, muitas faixas brancas se tornaram azuis, muitas roxas, marrons e algumas marrons se tornaram faixas pretas. Normalmente, conversamos mais com faixas brancas e azuis, e muitas delas têm medo de graduar, medo da responsabilidade etc. Como já falei aqui, a azulzinha pra mim era um sonho, e desde que comecei a treinar esperei ansiosamente pelos treinos de azul e também pelos campeonatos na faixa nova.  

Este foi o meu primeiro ano de azul e, infelizmente, eu treinei muito menos do que gostaria. Há uns dias algumas meninas me pediram pra  fazer um relato sobre o meu primeiro ano de faixa azul, e conforme prometido, lá vai. Boa leitura!

Fui graduada à azul em dezembro de 2015, no pódio, após ganhar o Brasil Open CBJJE. Já tinha lutado em alguns eventos com a branca, então meio que de surpresa chegou minha hora. Foi muito emocionante! Afinal, foi de surpresa 🙂

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Depois disso, em janeiro já me inscrevi nos meus primeiros campeonatos, e até que comecei bem… Mas assim, eu sabia que “não era só graduar”. A faixa azul exige um pouco mais de você, afinal os graduados vão pegar mais pesado contigo, você terá de ser exemplo para os brancas, terá que aprender golpes e posições novas – eu acredito que é uma faixa em que você sai do “básico” pra enxergar coisas novas, possibilidades novas. E por ter um tempo maior entre ela e a faixa roxa (o tempo mínimo é de 2 anos), muitas pessoas ficam bem mais que o tempo mínimo permitido, o que torna as lutas nos campeonatos um pouco mais difíceis, afinal se você está com três meses de azul por exemplo, poderá lutar com meninas com dois anos ou mais.

Enfim, continuei treinando, lutando, e pela primeira vez fui pra fora de São Paulo pra lutar (fui pra Floripa e pra Curitiba duas vezes), e no começo de maio deste ano tive a minha primeira lesão – é, cedo ou tarde elas chegam. A primeira foi no ombro esquerdo, durante um treino. Um parceiro de treino foi me raspar (não sei dizer ao certo se usou muita força ou se eu cai de mau jeito) e meu ombro foi direto no tatame. Sofri uma pancada moderada que me rendeu uma lesão no tendão. Foi uma dor horrível, mal conseguia mover o braço. Para prender o cabelo ou fazer qualquer movimento do tipo era um tormento. Foram dois meses parada, fazendo fisioterapia com a Mari na Clínica Move U (muito boa fisio, por sinal!) e fortalecimento.

Em julho, com o ombro recuperado, voltei a treinar e já me inscrevi em dois campeonatos: um foi o Open Guará e o outro, Curitiba Open. Detalhe: voltei acima do peso. Sempre lutei de médio, afinal como estava sempre treinando o meu peso estabilizava em 65kg sem muito esforço. Estes dois meses parada me renderam um ganho de quase 10kg – no Open Guará estava batendo 75kg com o kimono. Sendo assim, no Curitiba Open lutei de Meio Pesado, uma categoria acima da minha. As meninas da meio pesado são maiores e, naturalmente, mais fortes, mas fui mesmo assim. Fui parada na primeira luta do Curitiba Open, na qual tive o meu dedo anelar deslocado. Não sei dizer ao certo como ele saiu do lugar (meu braço estava com um armlock encaixado e acho que o dedo ficou preso em alguma lapela).

Foi meu último campeonato de 2016. Com uma dor horrível no dedo somada à sensação da perda, comecei a chorar desenfreadamente, hahaha. Mas o motivo do choro não era só por conta da lesão, mas, sim, porque sabia que teria de ficar um bom tempo parada. Mais fisioterapia, mais repouso, mais dinheiro… mais paciência. Eu sabia que a faixa azul era marcada por lesões, só não imaginava que ficaria tanto tempo parada assim. Mas tudo bem! Vida que segue.

Pódio Curitiba Winter 2016, faixa azul meio pesado
Pódio Curitiba Winter 2016, faixa azul meio pesado

Ao todo, em 2016 treinei 6 meses e lutei 10 campeonatos. Continuo fazendo fisio, musculação e meu retorno está previsto pra janeiro de 2017, dependendo de como o meu dedo responder aos exercícios na fisioterapia. Eu só esperava poder ter treinado mais este ano, mas tudo tem um propósito. Pude me dedicar mais ao BJJ Girls Mag, tive outras oportunidades. Tudo no tempo certo! 2017 está chegando e logo que me recuperar voltarei a fazer o que mais amo <3.

Só quero lembrar pra quem vai pegar ou pegou a azul neste fim de ano: a faixa azul é um presente, mas como em qualquer outra faixa, vai exigir de você. E, quanto às lesões, estamos num esporte de contato e realmente acontece de acabarmos lesionando. Faz parte! Jiu-jitsu é isso, te faz entender que os obstáculos são necessários para chegarmos em nossos objetivos e, principalmente, dar valor a cada conquista. O que não pode é desistir :).

E você, como foi seu primeiro ano de azul? Conta aqui pra gente 😉

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