Afinal, pra que serve o “treino solto”?

Quando você procura informação sobre as vantagens do jiu jitsu ou os motivos pelos quais este esporte é cada vez mais popular, com certeza você vai ler mais de uma vez que um diferencial do BJJ é o fato de você poder dar-se 100% o tempo todo. Considerando que quem começa a praticar jiu jitsu pode (e deve) lutar desde a primeira aula, não tem como evitar estar totalmente focado na movimentação, nas pegadas, nos escapes, etc. O BJJ exige sua total concentração desde o primeiro dia.

Nos primeiros meses, o desafio é ficar cada dia mais esperto, responder mais rapidamente, ser mais explosivo, e finalizar mais e ser finalizado com menor frequência. E, para os mais novos, o jeito de medir o progresso parece ser só um: aquele momento final reservado às lutas. Este momento, então, se torna o seu termômetro e o objetivo é fazer aquele mercúrio ficar bem alto, sua função é esquentar o ambiente. Ou seja, lutar no seu 100%, sem espaço para dúvida ou erro. É matar ou morrer. Diferente do MMA, no jiu jitsu você pode sempre se dar 100%, pode ir até a exaustão, afinal não existem “socos”, e quando uma posição estiver em finalização, basta bater e começar tudo de novo. No MMA é preciso dosar a força nos golpes, nos chutes, afinal não é a sua intenção machucar o parceiro de treino.

Porém, quem já treina há mais de seis meses sabe que a realidade é diferente. Quem não ouve os mais avançados reclamando daquele faixa branca que se atreveu a fazer força neles? Ou mesmo que aproveitou os espaços que eles deram com intenção de ensinar e finalizaram sem reciprocar a oportunidade de fazer seu jogo?

Mas, quem lhes disse que em certos momentos daquela batalha de suor e técnica o adversário obsequia alguma posição ou dá a oportunidade de segurar melhor e corrigir detalhes? Ninguém. Na primeira aula, o mestre fala para se ter cuidado de não machucar o parceiro, mas o conceito do flow roll é uma coisa que só se aprende observando os outros, recebendo crítica dos mais avançados, ou, como hoje, lendo.

Mas, que é esse tal de flow roll? Ele é aquela rola no qual você e seu adversário concordam ser mais fluidos, permitem-se práticas sequencias, concordam em dar espaços para um atacar e o outro defender e em algum momento trocar de papel. Porém, mesmo sendo um momento de controlar sua força e não lutar a nível competitivo, é importante lembrar que tem, sim, um pouco de resistência e detalhe para não deixar de ser um espelho ou imitação de uma situação realista.

Parece simples, mas isso é uma das coisas mais difíceis de entender e conseguir fazer, pois envolve um nível de sincronia muito alto com seu parceiro, concentração, auto-controle, auto-crítica e análise. Para alguns, pode parecer lento demais e irreal, porém são muitas as vantagens de incorporar essa prática nos seus treinos.

Primeiramente, é um espaço que você pode e deve aproveitar para fazer aquelas técnicas que você normalmente não usa nas lutas por falta de prática dos detalhes ou mesmo medo de perder posição e controle. Além de ser a oportunidade de corrigir os erros, como num drill, você tem o bônus de ter uma resposta defensiva do seu parceiro e, assim, poder encadear outros movimentos como reação a aquela defensa.

Finalmente, para aquelas pessoas que estão em recuperação de alguma lesão, o flow roll permite que eles pratiquem também as sequencias, com um nível de realismo, sem o risco de agravar a lesão.

Se você ainda tem dificuldade com o flow roll, aconselhamos que você fale com seu mestre e seus parceiros de treino. Assista também os inúmeros vídeos disponíveis no Youtube, mas, como tudo no jiu jitsu, o melhor jeito é entrar no tatame, experimentar, e evoluir.

Oss!

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