Superação: conheça a história de Bianca Medeiros

Bianca Rita Medeiros Santos (ou Bia JJ, como os amigos a chamam) tem 21 anos, é estudante de enfermagem e praticante de jiu-jitsu há quase um ano. Até aí, uma história como tantas outras. Mas não é tão parecida assim: Bianca conheceu a arte suave em um momento de muita fraqueza, e foi o jiu-jitsu que a resgatou. Ela perdeu a mãe aos dois anos de idade em uma tragédia – ela foi assassinada dentro de um ônibus- e desde então Bianca passou a lutar contra o sentimento de perda.

Apesar do apoio incondicional que ela recebeu do pai e da madrasta, que a criaram para o bem, a dor de não ter conhecido e crescido ao lado da mãe só aumentava a cada dia: “Eu literalmente me vi no fim. Estava fraca demais! Meu psicológico estava abalado, eu não sentia vontade de fazer mais nada. Meus sentimentos começaram a ser frios, não havia mais ânimo em mim”, relembra.

Mas a vida de Bianca mudou ao conhecer o namorado, Sérgio Silva, que já era praticante de jiu-jitsu, atualmente faixa azul. Partiu do amado o incentivo para a jovem entrar para os tatames: “ele me deu essa ideia de praticar o jiu para relaxar a mente. Então eu encontrei a academia do professor Flávio Leal Team (De La Riva). No primeiro dia de aula eu nem tinha kimono, mesmo assim ele disse que eu poderia começar”, recorda.

Foi amor ao primeiro rola, como ela relata: “No primeiro treino, eu já me apaixonei e, por incrível que pareça, toda a angústia, toda dificuldade de me relacionar com o próximo saiu de mim. A minha mente foi renovada. Até de Deus eu me aproximei, passei a valorizar as coisas boas e o meu caráter foi reconstruído”, emociona-se. Depois disso, Bianca não parou mais: “eu me joguei mesmo! Vivo de ‘amassos e carros passados’, pois meus companheiros de treino são realmente leões, tempo ruim o tempo todo”, conta.

Bia JJ, que compete na categoria meio pesado, almeja ser a melhor: “Estou me esforçando para isto. Faço o possível para treinar sempre e evoluir a cada dia. Tenho muita dificuldade pra pegar posição, mas mesmo assim não desisto”. Com apenas onze meses de Jiu-Jitsu, e após deixar dez anos de vida sedentária para trás, Bianca já é vice-campeã mundial (título conquistado com apenas três meses de prática); vice-campeã no Campeonato Imperador da Baixada; e, mais recentemente, campeã da Copa Bravus.

Segunda ela, mestre e os companheiros de equipe são sua maior inspiração: “Eles têm um peso muito forte em minhas conquistas. Todos me impulsionam a querer o melhor sempre. Vejo tantas pessoas capazes, então eu também quero ser. Sinto que não nasci capacitada para o jiu-jitsu, mas já que Deus capacita os escolhidos, estou deixando Ele me usar”.

E não foi só equilíbrio mental que Bia JJ encontrou na arte suave, ela também conseguiu regular sua alimentação, o que contribuiu para seu condicionamento físico: “A mente foi mudada, o que refletiu na alimentação. Penso mil vezes antes de comer algo que seja prejudicial à saúde e não como, algo muito difícil para pessoas que sofrem com ansiedade, que era meu caso”, comemora.

Como precisa dividir seu tempo entre o esporte, o trabalho e os estudos, Bianca treina às segundas, quartas e sextas na parte da noite. Ela diz: “Meu objetivo no jiu-jitsu é chegar a um patamar que nem minha mente consegue imaginar e que a humildade permaneça ao meu lado sempre. Quero tudo o que ele pode me oferecer”, diz.

E os campeonatos estão sempre nos planos de Bia JJ, que adora sentir aquele ‘friozinho na barriga’ típico das competições: “Eu amo campeonatos! Principalmente adoro quando o árbitro diz: “combate!” Naquele momento, eu me lembro de tudo que já passei e vejo que valeu a pena chegar aqui. Foi sofrido, mas já passou”, explica.

Mas a depressão não foi a única inimiga derrotada pela lutadora. Nossa mente, às vezes, nos prega peças: “Eu sempre levei meus problemas para a academia. Meu professor conversava comigo e explicava como eu poderia contornar as situações dentro de casa. Até porque no início havia preconceito da minha família com o jiu-jitsu”, conta.

As orientações dos professores Flávio e Alex começaram a surtir efeito: “Eles sempre diziam para eu usar isso tudo como forma de continuar. É incrível como a academia toda participa da minha vida. Todos eles me dão total apoio”. Hoje, a família de Bianca já é mais tranquila em relação ao esporte, mas o apoio maior vem mesmo do namorado: “Parece que ele fica mais feliz que eu…”, diz.

Bianca agora comemora os bons frutos colhidos com a prática da arte suave: “No tempo da depressão eu só ficava no quarto, em casa. E o pior é que ninguém percebia que eu precisava de ajuda, achavam que era preguiça, vagabundagem. Mas eu só precisava de alguém ou alguma coisa pra sair deste quadro. Eu nem sei onde estaria hoje se tivesse deixado me levar apenas por minha cama”.

A história da Bia JJ nos mostra como o jiu-jitsu pode transformar a vida das pessoas, promover a inclusão e nos ajudar a manter o equilíbrio em várias áreas das nossas vidas.

E você, tem uma história de superação? Então conta aqui pra gente ;).

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